domingo, 12 de dezembro de 2010

Manuel Neves

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 3 NOVEMBRO DE 2006)

Jornalista, autor dramático e tradutor.

Nasceu na Ribeira de Santarém em 5 de Julho de 1875.

Aos treze anos é compelido a deixar o liceu de Santarém e inicia a aprendizagem da profissão de tipógrafo no Correio do Ribatejo que na altura se designava Correio da Extremadura visto ainda não ter sido criada a província do Ribatejo, o que só aconteceu muitos anos depois.

Como o semanário foi criado em 1891, existe aqui uma pequena diferença mas temos que atender que antes deste já João Arruda tinha dado outros a público.
Manteve-se nesta actividade até 1898.

Autodidacta, era atraído para a literatura e principalmente para o jornalismo, gosto possivelmente adquirido no jornal onde trabalhou.
Manuel Neves tinha menos cerca de sete anos do que João Arruda, outro autodidacta de grande valor que pisou caminhos semelhantes, tendo ambos nascido na parte baixa da cidade.

A cultura que foi adquirindo possibilitou ser professor do ensino primário em 1899.
Tendo sempre por fim o exercício do jornalismo, consegue entrar para a redacção do “Folha do Povo2”, de Lisboa, onde depressa dá provas das suas excepcionais qualidades.

Passa depois e sucessivamente pelo “O País”, “O Diário”, “Jornal da Noite”, O Intransigente” e por último pelo “O Século” (1911) onde exerceu a função de subchefe de redacção. Tanto escrevia o artigo de fundo como a mais insignificante notícia!
Para o teatro escreveu a peça em um acto Romantismo, premiada em mérito absoluto num concurso aberto pelo jornal “O Dia”.

De colaboração, escreveu a peça em quatro actos Um Lar, representada no Teatro Nacional em 21 de Junho de 1908.

Escreveu ainda uma opereta em três actos que intitulou Intrigas de Amor.
Traduziu variadíssimas obras, entre as quais “Le Satyre”, “A Viúva Alegre” “Sonho de Valsa e vários romances que foram publicados em “O Século”.

Reformou-se em 1952 e passou a colaborar no Século Ilustrado, escrevendo ainda várias revistas teatrais.

“O Século”, jornal onde trabalhou tantos anos veio a homenageá-lo.

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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. 18 e 40

Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971