sábado, 27 de fevereiro de 2010

José Lopes de Castanheira

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 17 DE NOVEMBRO DE 1995)

Desconhece-se a data do seu nascimento mas sabe-se que faleceu a 9 de Abril de 1703.
Torrejano pelo nascimento, formou-se na Universidade de Coimbra e exerceu as funções de Juiz de Fora em Silves e Évora.

Foi corregedor em Pinhel e em Évora.

Dedicando-se às letras, escreveu uns estudos genealógicos sobre a família dos Lencastres, uma relação do descobrimento dos santos da cidade de Concórdia, outra da chegada de André Furtado de Mendonça e a Vida e Morte do Bispo de Otranto, D. Diogo Lopes de Andrade, ficando tudo manuscrito.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira
Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937/40

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Pedro Celestino da Costa

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 17 DE NOVEMBRO DE 1995)



Este torrejano seguiu a carreira das armas. Nascendo no dia 26 de Julho de 1852, assentou praça em 1870 no Regimento de Infantaria 16.

Serviu como capitão na Guarda Municipal de Lisboa e foi comandante da 2º Companhia (Paulistas) de 1884 a 1895.

Comandou igualmente o Batalhão de Caçadores 2, o Regimento de Infantaria 23, a escola Prática de Infantaria (Mafra) entre 1904 e 1908 e Infantaria 16. Neste Regimento, na noite de 3 para 4 de Outubro de 1910, na parada do quartel e quando se opunha à sublevação duma parte do seu regimento, acaba por ser morto.

Entre outras condecorações nacionais e estrangeiras, era Comendador de Avis.

Oficial muito disciplinador e altamente considerado pelas suas qualidades morais e profissionais, exerceu comissões e comandos de muita responsabilidade.
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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937/40

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A Flora

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 8 DE NOVEMBRO DE 1991)



(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 8 DE NOVEMBRO DE 1991)

No seguimento dos nossos escritos sobre a freguesia da Várzea, do concelho de Santarém, abordaremos hoje um tema que consideramos necessário para o seu melhor conhecimento.
Dentro das nossas limitações, procuraremos a sua evolução nos tempos.


Após a conquista de Santarém e Alcanede aos mouros, deu-se o repovoamento desta zona com simultâneo desbravamento dos terrenos.

Ainda que na Idade Média apareçam bastantes referências a terras de mato, começam a surgir indicações de olival e árvores de fruto, hortas e pomares. Citações também a lavradores e à existência de quintas, quase todas pertencentes aos conventos de Santarém, dão-nos a ideia de um certo desenvolvimento agrícola.

Hoje, praticamente não existem matos em toda a freguesia, ainda que muitas terras estejam semi-abandonadas.

A flora de uma região está em estreita relação quanto à sua fisionomia geral, com os elementos climatéricos: calor, humidade e sol.

No aspecto arbóreo, a oliveira ainda é dominante pois encontra aqui, bairros margosos e calcários, deficientes em azoto e ácido fosfórico, as melhores condições para o seu habitat. (1)

Por outro lado, não gosta de temperatura mínima inferior a -8º e de altura acima de 400 m, o que aqui se verifica.

Excepto uma ou outra pequena mancha de pinhal nas proximidades do Casal do Poço e na zona da Quinta do Mocho, Quintão, Grainho e Mata-o-Demo, pode dizer-se, de uma maneira geral, que toda a freguesia está coberta de olivedos.

Os olivais soldam-se uns aos outros, entremeando-se oliveiras carcomidas e pluricentenárias com outras sadias e ainda em plena produção.

Desde há muito que não se plantam oliveiras e a grande maioria está decrépita, moribunda. Abandonadas nos últimos anos, talvez pela necessidade de muita mão de obra, já é vulgar vê-las “de raiz ao sol”.

[Velho exemplar situado junto da Fonte da Aramanha. Foto, JV, 208]

Para justificar a abundância, diremos que em 1937, dos 284 há da Quinta do Mocho, 109 eram de olival. Mais significativo era o que acontecia nas Quintas da Mafarra e da Granja, onde mais de 90% dos seus terrenos eram olival. (2)

A oliveira que parece originária da Ásia Menor, reproduz-se por semente ou estaca.

O azeite produzido nesta freguesia é de muito boa qualidade e no século passado tinha reputação o que se produzia na Quinta do Freixo, propriedade de D. José Sacoto Galache. (3)

A freguesia chegou a possuir em laboração dezasseis lagares, quase todos desaparecidos ou inactivos.

A laranjeira, o limoeiro e outros citrinos, mas principalmente os dois primeiros, encontram-se por toda a freguesia, sendo r5aras as famílias que o não possuem. Existem contudo a nível individual de que um ou outro pomar constitui excepção.

O varzeense gosta de ter junto ao seu fogo a laranjeira e o limoeiro, a que dedica muito cuidado.

Belas nespereiras de deliciosos frutos. Pessegueiros, ameixeiras e abrunheiros. Frondosas figueiras de várias qualidades.

São vulgares também as romãzeiras. Macieiras e pereiras, além das isoladas, apareceram há anos em pomares, hoje semi-abandonados.

Junto aos cursos de água, frondosas nogueiras que também aparecem em pomares.

O Dr, Francisco Câncio que deixou vasta obra sobre o Ribatejo, num dos seus livros (4), refere-se a “belas e grandes cerejeiras”,

Ginjeiras. Ao norte da freguesia também é possível ver amendoeiras, normalmente de grande porte.

Quanto a árvores de adorno, encontramos ailantos, ulmeiros, tílias e palmeiras. Destas, quatro exemplares nos Chões, ao longo da estrada nacional e isoladas na Quinta do Rosário, na da Mafarra, na Fonte de Vilgateira e no Casal do Poço, são as que conhecemos.

[Bonito exemplar de sobreiro próximo da Aramanha. Foto JV]

Junto dos pequenos cursos de água, alguns choupos. Nos últimos anos, plantaram-se alguns eucaliptos.

As videiras ocupam também um lugar de destaque. Constituindo vinhas ou latadas, encontram-se por todo o lado. Umas, destinam-se ao fabrico de vinho, outras, são uvas de mesa.

No campo dos arbustos, encontramos alguns diospireiros, carrasqueiros e sebes de alecrim que nos embevecem na época da floração.

Voltemo-nos agora para as herbáceas. Primazia para o trigo cuja cultura parece querer rejuvenescer. Há um século, 2/3 da produção trigueira do concelho de Santarém provinha da cultura feita no “Bairro”, em olivais e terra nele encravada. Cultivava-se principalmente o maçaroco, o argelino e o mentana. (5)

Nas terras mais pobres e em rotação, cevada e aveia. Nos terrenos mais frescos (várzeas), o milho que em 1913, segundo a Junta de Freguesia, produziu 7866 decalitros.

Também teve expressão nessa altura a cultura do grão-de-bico com 3433 decalitros.

[Várzea de S. Martinho plantada de tomateiros. Foto JV, 2009]

De plantas hortenses, de tudo se pode encontrar: alfaces, couves de todo o tipo, cebolas, alhos, ervilhas, muita fava, ervilhas, feijão, cenouras, rabanetes e rábanos, beterraba, vários tipos de abóbora, pepinos, pimentos, batatas, tomateiros, etc., etc.

No campo da floricultura, o varzeense t6inha um carinho especial pela roseira que plantava junto da habitação, muitas vezes ao lado da porta ou então na horta, junto ao poço, para ter sempre o pé fresco. Jarros e crisântemos. Vimos no Quintão uma linda plantação de tulipas.

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NOTAS
(1) – Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937/40, pág. 75
(2) – Idem, pág. 744
(3) – Portugal Pitoresco e Ilustrado, Alberto Pimentel, 1908
(4) – Ribatejo Histórico e Monumental, 1938, pág. 196
(5) – “O Trigo na Economia Agrícola do Concelho de Santarém”, Eng. Agr. José Henriques Lino, in Boletim da J.P.R., 1937/40, pág. 271.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

E as árvores ...!

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 18 DE MARÇO DE 1999)



Cheguei ontem (8 de Março) a esta cidade que se situa junto do Cabo Carvoeiro depois de uma ausência precisamente de um mês.

Fui para um local completamente diferente, a cerca de quatrocentos quilómetros de distância, ainda que no mesmo país, neste País de assimetrias notórias e que o decorrer dos anos mais vão acentuando.

Além do mais, dormir tranquilamente sem o barulho frenético de bares e discotecas que não nos deixam descansar, executar tarefas que aqui não podemos realizar, fomos com a ideia base de plantar árvores, que realizámos depois de grandes tarefas e foram vinte e duas. Tal actividade, deu-nos grande prazer. Ainda que da máxima de alguém eu já tenha realizado a trempe, a plantação de árvores está a uma distância muito grande, ainda que nunca a minha vida estivesse virada para tal actividade.

Ao regressar a casa, onde ninguém se encontrava devido às suas actividades, dei uma vista de olhos pela correspondência entretanto recebida onde se encontravam vários periódicos regionais. Foi assim que na última página do Correio do Ribatejo de 19 de Fevereiro último li na última página um artigo intitulado, Arborização no Bairro dos Combatentes - QUE FUTURO ? que mexeu muito comigo e de autoria do Sr. Eng. Luís Cunha Romão. Ainda bem que há gente que não fica calada e traz para o jornal a sua opinião e que corresponde certamente à esmagadora maioria dos residentes do Bairro. Não tenho o prazer de conhecer pessoalmente o Sr. Eng. Luís Romão, mas lembro-me muitíssimo bem se não faço confusão, de o ver pela mão de seus pais, de bibinho. Os pais eram um casal extremamente simpático e que recordo frequentemente. Desculpe este pequeno parêntesis.

Estou totalmente de acordo como não podia deixar de ser e os motivos são muitos.
*
Nas Memórias do Meu Bairro várias vezes tive oportunidade de a elas me referir. Muitas estarão perto das seis décadas. Os miúdos do Meu Bairro, como eu, não as destruíamos, pelo contrário, tínhamos uma adoração pela árvore que ficava próximo da nossa porta a que chamávamos “nossa”. Queríamos que fosse a melhor, a maior, a mais aprumada, a mais robusta e entrávamos em discussão uns com os outros, chegando a vias de facto, na defesa da nossa “dama”. Nas dúvidas procedíamos a medições do seu tronco, através de cordéis procurando a posição mais vantajosa. Muitos de nós procedíamos à sua rega assiduamente de tal maneira que a minha mãe ensinou-me que se regasse muito, a raiz apodrecia e a árvore morreria. Devo à minha árvore a origem deste ensinamento.

Apesar das minhas preocupações para o seu engrandecimento nos aspectos já referidos, a verdade e eu já o reconhecia na altura, a minha árvore era muito inferior às suas vizinhas, da direita e da esquerda e em todos os aspectos. Era a de tronco mais reduzido, a menos aprumada, a mais débil mas igualmente nos protegia nos dias de calor que apesar disso não evitava as nossas brincadeiras. Apesar de tudo, tinha-me sempre como seu defensor.

A minha árvore já não existe, já morreu. Tive o cuidado de o verificar e quando vi outra no seu lugar, um ainda jovem exemplar, tive pena da minha árvore mas ao mesmo tempo fiquei satisfeito pela sua substituição, desejando que o novo exemplar seja mais esbelto. A minha árvore desenvolveu-se sempre com aquilo que um leigo, como eu, considera uma doença no tronco que certamente a viria a vitimar.

Quando na época própria se procedia à sua indispensável poda, era uma altura de grande alvoroço para a rapaziada como descrevemos na MEMÓRIA IX, com o subtítulo LIMPEZA DAS ÁRVORES, pelo que, para mim e certamente para a grande maioria para não dizer a totalidade dos ex-moradores e actuais, as árvores da AVENIDA são absolutamente indispensáveis pelo que assassiná-las seria uma torpe ofença para a população do Bairro.



Na minha última MEMÓRIA da 1ª Série, publicada no número de 11 de Junho de 1993, escrevi: Algumas árvores secaram e não foram substituídas e outras, com um porte bastante avantajado, estão decrépitas e já não produzem a folhagem suficiente para embelezamento e proporcionar uma certa fresquidão nos dias quentes de Verão.

Era para este aspecto que eu chamava a atenção na altura das Entidades responsáveis, nunca imaginando que alguém um dia pudesse pensar na sua eliminação.

Algumas pessoas tentaram contactar comigo na altura (mesmo do estrangeiro !) no sentido de me alertarem para o que se estava passando.

Tenho conhecimento que várias vozes se fizeram ouvir, algumas transmitidas no papel e não quero nem posso deixar de nestas pequenas croniquetas de dizer o que penso sobre o assunto.


Além do que já afirmei, penso que é necessário ponderar, entre outros, nos seguintes aspectos:
- O renque de árvores da Avenida dos Combatentes, segundo creio, é o único do tipo existente na cidade de Santarém;
- Foram principalmente elas que deram origem à classificação de Avenida e ao desaparecerem as placas toponímicas teriam de ser alteradas para Rua;
- A beleza que transmitem à velha artéria, não se pode desdizer;
- Em dias de canícula, a protecção que dão aos viajantes é notória;
- Ao entrar no novo milénio e quando as preocupações ambientais começam a atingir parâmetros aceitáveis, ninguém compreenderia que se roubasse a esta avenida o verde que possui.
- Além de tudo o mais que se possa dizer, são o ex-libris do Bairro.



Estamos convictos que foi uma tempestade num copo de água.

Se a Edilidade alguma vez pensou em eliminá-las, por motivos” economissistas”, certamente que irá mudar de posição e atender a opinião fundamentada dos utentes/eleitores, a fim de evitar, além do mais, de possíveis deslocação de votos na altura do ajuste de contas, que são as próximas eleições. Se fosse no “Norte”, seria de uma maneira diferente.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Lembrando Silva Rabico, Mestre de Encadernação


[José da Silva Rabico]


(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 4 DE FEVEREIRO DE 2000)

A MEMÓRIA de hoje se tem alguma coisa de comum com as até agora escritas, e tem, é diferente de todas as outras.

A figura do MEU BAIRRO, recentemente desaparecida e que vou lembrar, conheci-a precisamente devido a estas croniquetas que venho escrevendo nas páginas deste semanário desde inícios de 1991.

Velho assinante deste jornal, leitor por devoção e acrisolado amor a tudo o que dissesse respeito à sua terra natal, começou a seguir semanalmente os TEMAS VARZEENSES, recortando-os para coleccionar. Quando no último tema informei os leitores interessados que dispunha, por intermédio de fotocópias, algumas colecções para quem estivesse interessado, foi a primeira ou das primeiras “encomendas” que recebi.

Era nome completamente estranho para mim e não o via ligado à Várzea. À minha dúvida respondeu-me que não era varzeense, mas santareno nascido no Jardim de Cima, freguesia do Salvador.

Daquele primeiro contacto e devido ao interesse mútuo, outros foram acontecendo a nível de correspondência. Devido ao meu nome, Silva Rabico começou a relacionar-me com alguns dos meus famílias que conheceu mas que naturalmente tive que indicar a relação de parentesco. Começou a nascer uma amizade.

Acontece que José da Silva Rabico morou alguns anos no MEU BAIRRO, na confluência da Rua Almeida Garrett (antes, Rua B) com a Frei Gaspar do Casal no canto da Zulmira, quando ali existia uma mercearia propriedade de uma senhora com esse nome. É devido a esta circunstância que incluí esta lembrança nas MEMÓRIAS DO MEU BAIRRO.

Silva Rabico que ficou órfão de pai de tenra idade, foi criado e educado no Asilo da Misericórdia onde fez a instrução primária em 1933. Entra entretanto para a escola de encadernação daquela instituição e com dezoito anos apenas, quando findou o período de internamento, fica como encarregado da oficina, funções que desempenha até 1946.
Aquela escola - oficina gozava e penso que ainda goza de grande reputação entre os especialistas e amantes de boas e artísticas encadernações. Devido ao meu afastamento, à morosidade na execução, por avalanche de trabalho e porque entretanto encontrei na cidade onde vivo um bom artista do ramo, deixei de recorrer àqueles serviços, onde conheci não o Mestre Silva Rabico mas o seu substituto, Mestre Eliezer Fonseca que lá trabalhou muitos e muitos anos. Na minha pequena colecção de livros possuo alguns encadernados (umas dezenas) naquela oficina e que considero muito bons trabalhos, todos em carneira e artisticamente decorados.

De 1946 a 1967 Silva Rabico junta-se a outro grande profissional, formando a dupla Torres & Rabico.
Porque penso que me o autorizaria, não resisto à tentação de transcrever o que em carta este nosso já saudoso amigo nos transmitiu:- Fizemos milhares de encadernações para muita gente simples e humilde, mas também para gente grada, oriunda de um elevado extracto social dessa época e bem colocados na vida. Hoje sinto um certo orgulhozinho por ter servido essas pessoas, que certamente preferiram as nossas encadernações porque o trabalho era bem feito e lhes agradava.

Entre outros, em Santarém, trabalhou para o Dr. Eduardo Figueiredo, advogado, Dr. Correia de Lima, médico, Coronel Mário Cambezes, Dr. Ruy Leitão, reitor do liceu, Prof. Doutor Veríssimo Serrão e Capitão Costa Pinto. Foi para este senhor, que foi secretário da Rainha D. Amélia, que pensa ter encadernado maior número de livros, na sua grande maioria autografados pelo autor e com dedicatórias.

Mas a sua actividade estendia-se praticamente a todos os concelhos circunvizinhos e principalmente a Lisboa. Alcanena, Alpiarça, Almeirim, Coruche, Chamusca, Cartaxo, Benavente, Alcobaça e Nazaré eram concelhos onde possuíam bons clientes. Em Lisboa, trabalhou para o Embaixador Eduardo Brazão, Eng. Ferraro Vaz, Eng. Gonçalo Ribeiro Teles, Prof. Doutor José Hermano Saraiva, Marquês da Graciosa e trabalhou para o Arquivo Histórico Ultramarino, Fundação Gulbenkian, Misericórdia de Lisboa e Sacor, entre outros.

Em Novembro e Dezembro de 1987 desloca-se ao Em 1968 parte para Lisboa onde trabalha durante dois anos numa oficina de encadernação, passando em 1970 a dirigir os trabalhos relacionados com a sua arte numa firma editora, o que faz até à sua aposentação que ocorreu em 1986, após cinquenta e três anos de trabalho.

Brasil (Recife) onde ministra um curso de encadernação tradicional promovido e patrocinado pela POOL EDITORIAL S/A com a colaboração do Gabinete Português de Leitura e o apoio da Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes do Estado de Pernambuco.


Silva Rabico, além de ter sido um excelente profissional de uma arte (artesanal) em vias de extinção, tinha uma verdadeira paixão pelos livros e pela sua terra natal. Dela, coleccionava tudo o que podia, possuindo alguns livros e pequenos opúsculos hoje difíceis de obter. Silva Rabico lia tudo o que encontrava sobre Santarém e tinha conhecimentos sobre a sua cidade para além da média. A sua colecção de livros rondava o milhar o que para uma pessoa de fracos recursos económicos representa um grande esforço e um grande sentido de cultura.

Se hoje posso ter na minha estante o maravilhoso livro Santarém, Princesa das Nossas Vilas, de Areosa Feio - 1929, devo-o a Silva Rabico que num gesto que não esqueço, teve a amabilidade de me o oferecer, quando lhe podia render bom dinheiro. Dizia-me que tinha dois e não lhe interessava ter livros em duplicado. Sabia que na minha mão, seria estimado e auxiliar-me-ia nos meus trabalhos (trabalhecos, digo eu). O exemplar a que me refiro tinha sido adquirido num alfarrabista de Lisboa, como indica a etiqueta.

Possuía muitas centenas de recortes sobre Santarém e outros assuntos que lhe interessavam, como arqueologia e numismática. Cultivava também a medalhística.

Silva Rabico deslocou-se propositadamente da terra onde vivia àquela em que resido, no dia 30 de Julho de 1995, numa distância que ronda os cem quilómetros, para me conhecer pessoalmente ! Não merecia tanto.

Mantivemos correspondência que acabou por criar uma amizade. As cartas de Silva Rabico tinham princípio, meio e fim e estava ortograficamente actualizado. Tinha o dom da escrita e muito com ele aprendi.

Devido aos meus afazeres, por vezes atrasava-me nas respostas. Ao regressar de uma temporada passada em lugares um poucos distantes, procurei responder rapidamente ao meu amigo, até porque tinha dois trabalhos meus para lhe mandar, com o que ficava sempre muito satisfeito. A resposta não apareceu como era habitual e pressenti que algo se tivesse passado. Peguei no telefone esperando ouvir a sua voz do outro lado. Ninguém atendia. Voltei a telefonar em horários diferentes e o mesmo silêncio.

Contei o facto a minha mulher, denunciando os meus receios. Voltei a sair. Telefonicamente, minha mulher informa-me: - Telefonou a filha do Senhor que só te trata por José Varzeano para dizer que o pai tinha falecido.


Perdi um grande Amigo que o “escrevinhar” me trouxe.

Perdeu-se um Mestre de Encadernação que honrou a sua Escola, a sua Arte e até a sua Terra.

Um País não é só feito de “doutores”! Artistas destes devem ser mais conhecidos.
Aqui fica a minha singela homenagem a José da Silva Rabico.

Obrigado por tudo, AMIGO.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

P. Nunes da Silva

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 22 DE MARÇO DE 1996)

[Desenho de J.V.]

O Padre Francisco Nunes da Silva, conhecido carinhosamente na terra que lhe foi berço, por Padre Chiquito, nasceu em Santarém, mais propriamente no Alfange, Paróquia de S. João evangelista, em 1790, sendo filho de Ventura da Silva e de Rita Joaquina.

Foi um sacerdote digno, puro e virtuoso, um homem bondoso, cidadão benemérito e grande amigo do operariado.

Frequenta o Seminário Patriarcal de Santarém e após a guerra civil exerce funções de assessor na Paróquia de S. Julião do Pereiro, uma das treze em que Santarém estava dividida.

Substitui tempos depois (1834) o prior da mesma freguesia, cabendo-lhe a efectividade, após a morte deste ocorrida em 1844.

Anos depois (1851), a Paróquia de S. Julião é englobada com outras na de Marvila que fica constituindo a maior do velho burgo escalabitano.

As igrejas de S. Julião e de S. Lourenço. sitas ao Pereiro e há muito desaparecidas, continuaram a merecer a sua assistência religiosa.

Em 1854 funda-se em Santarém o Monte-Pio Artístico Nª Sª da Conceição, associação mutualista que já pouco ou nada tem de carácter religioso – o mome que veio a perder depois.
A direcção do Montepio Artístico, como passou a designar-se, era constituída maioritariamente por operários, cumprindo-se aliás, o estatuto.

O Padre Chiquito aderiu a este ideal mutualista, a que diz ter a honra de pertencer e contempla a associação, no seu testamento, com quatro acções do Banco de Portugal e fazendo mesmo a direcção do Montepio executante das suas disposições. Além disso o Padre Chiquito dispôs no seu testamento que o rendimento do que possuía se destinava a “melhorar a sorte dos pobres; contemplando os ofícios mecânicos de Santarém que, sendo assíduos ao trabalho, tivessem 65 anos e fossem necessitados dotando o Asilo de Santo António com o remanescente, depois de abonar-se cada um daqueles com 240 réis”.

Os bens do Padre Francisco Nunes da Silva eram avultados, constituídos por prédios urbanos (variadíssimos em Santarém), rústicos, foros, papéis de crédito e dinheiro propriamente dito.

Originário de família humilde, o seu pai era oficial de sapateiro, é tradição oral que estes bens lhe foram doados por se tratar de uma pessoa boa que os saberia empregar em favor dos mais necessitados, substituindo assim as instituições religiosas em crise.

O padre Chiquito faleceu em Santarém no dia 13 de Janeiro de 1869, sendo sepultado no cemitério dos Capuchos.

No dia 21 de Outubro de 1874 foram trasladados os seus restos mortais para o mausoléu erguido naquele cemitério para cumprimento do testamento.

Nas comemorações do 1º de Maio, cuja primeira vez teve lugar em 1898, o Padre Nunes da Silva era figura central.

Durante a 1ª República, essas comemorações tiveram esplendor: - Cortejos com carros alegóricos, foguetes e flores. Bailes nocturnos. A outra parte compunha-se de discursos pedagógicos, palestras e recitais.

Com o “Estado Novo” tais manifestações foram proibidas, sendo só possível a concentração no centenário e deposição de flores no mausoléu daqueles que alguns pretenderam classificar de “liberal” e outros de “socialista”.

Em 1919, no 1º de Maio é inaugurado em Santarém pelo Ministro do Trabalho, o socialista, Augusto Dias da Silva, na presença de grande multidão, um busto em pedra do grande benemérito, obra do escultor Rodrigo de Castro.

O largo passou a designar-se de P. Francisco Nunes da Silva.
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Santarém na História de Portugal, J. Veríssimo Serrão, 1950
Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971
Correio do Ribatejo, Maio de 1984
O Padre Francisco Nunes da Silva (1790/1869) …João Carlos Brigola, Cadernos Culturais, nº 2

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando nevou no meu bairro

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 11 FEVEREIRO DE2000)

O tempo sentido ultimamente no País, com temperaturas baixas e nevões nas terras altas da Estrela e Trás-os-Montes, com interrupções de estradas e até o isolamento de pequenas povoações, trouxe-nos à memória factos passados e que recordamos com saudade.

Hoje as “televisões” que invadem luxuosas moradias e míseros tugúrios, tudo mostram, de bom e de mau. Em parte são responsáveis pela falta de conversação entre os elementos da família, que poucas vezes se encontram por divergências de horários e outras razões, pela falta cada vez mais notória de leitura e consequente desconhecimento da língua mãe, para não dizer “escola” que se transformou para os mais vulneráveis.

Acontece muitas vezes e porque os programas são diferentes, cada qual escolhe o que mais gosta e recolhe-se ao seu aposento pois todas na casa dispõem de televisor para evitar conflitos. Agora vai-se dizendo que os portugueses gastam mais do que podem e andam endividados com consequências imprevisíveis!

Claro que a televisão tem coisas boas como não podia deixar de ser, nós é que por vezes temos dificuldade em fazer a depuração.

Nunca fui grande amante de televisão, a não ser nos seus primórdios, deslocando-me aos locais em que se encontravam para tudo ver, especialmente os concursos conduzidos por Artur Agostinho e de que me lembro do Quem Sabe, sabe. Nessa altura, muito poucos tinham possibilidades de comprar um televisor e mesmo esses, pequeno número o fazia. As associações e alguns cafés é que os possuíam comprados muitas vezes a prestações para fruição de associados e fregueses. É o que se assemelha hoje um pouco ao canal desportivo.

[Rua Fernão Lopes de Castanheda]
O conhecimento de um miúdo de então, resumia-se ao que aprendia com a família e com a vivência da sua rua, quando muito do seu bairro. Brincava-se e guerreava-se com os vizinhos e com as raparigas, nem pensar. Se muito excepcionalmente, uma ou outra entrava por exemplo num jogo de escondidas, era logo chamada de rapazona!

De NEVE eu conheceria só A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES e isto pelo conto que me contavam pois ainda não sabia ler. Esse livrinho que vim a possuir e que existiu até não há muitos anos, foi dos primeiros que teria lido e que fazia parte, com outros, de uma colecção que, se a memória não me atraiçoa, tinha o título de Joaninha.

Numa manhã de Inverno do já distante ano de 1945, as minhas irmãs quando acordaram e o seu quarto tinha uma porta larga e envidraçada que dava para comprida “marquise” e para as traseiras da casa, viram os terrenos que circundavam o presídio militar, na altura um olival onde se semeava trigo, todos branquinhos, de tal maneira e muito admiradas, foram comunicar aos pais que tinham de noite espalhado cal nos terrenos do presídio, que viessem ver como era verdade!

Lembro-me, como se fosse hoje!

Fomos então esclarecidos que aquele branco não era de cal mas sim de NEVE o que era muito raro acontecer em Santarém. Ficámos eufóricos e sem nos importarmos do frio que fazia quisemos logo ir para a rua para mexermos naquela coisa branca, sentir nas nossas mãos o que era a neve que pela primeira vez víamos.

Aquilo é que foi brincar, fazíamos bolas e o que a nossa imaginação nos transmitia. Era o correr, o rir, o saltar, o atirar a neve uns aos outros. Os adultos igualmente não escondiam a sua admiração e bem poucos já teriam visto neve tão perto. O pior, e lembro-me da minha tristeza, foi quando a temperatura começou a subir... tudo desapareceu e a criançada não queria que tal tivesse acontecido! E perguntei a meus pais se no outro dia não havia neve outra vez? Tinha ficado fascinado!


Mas a neve voltou ao MEU BAIRRO não no dia seguinte, como eu queria, mas nove anos depois, e isto se posso confiar na minha memória.

Devia ter sido nos primeiros dias de Fevereiro de 54, já então era um homenzinho. Já não brinquei como da primeira vez visto a idade ser outra mas alinhei nas brincadeiras dos mais velhos.

Lembro-me que um vizinho que era chefe da polícia e anormalidade para tirar umas fotografias à rapaziada, que me lembro de ver e amador fotográfico, daqueles que faziam as revelações, aproveitou a até me recordo onde foram tiradas.

Nessa altura, a Avenida não tinha saída. Havia um mau caminho que nos levava à escola primária que devia ter meia dúzia de anos de construída. Logo após a descida e antes de chegar ao pátio da escola, existia uma barraquita a que depois meteram, por dentro, algo parecido com paredes. Lembro-me de chegarem a viver ali três famílias. Pois foi no pequeno largo em frente desta construção que as fotografias se tiraram. Simulou-se um combate de boxe, servindo a neve de luvas.

Além desta memória também consigo recordar que no campo de Sá da Bandeira (Campo Fora de Vila como os mais velhos continuavam a chamar), frente ao Regimento de Artilharia 6 e onde se encontra hoje a PSP, os soldados fizeram com a neve um grande boneco que causou alguma sensação.

É claro que não nevou só no MEU BAIRRO, os nevões para alcançarem Santarém tiveram âmbito nacional e foram “manchete” nos jornais.

Só voltei a ver neve em 1962 quando me encontrava exercendo a minha actividade profissional nas abas da Serra do Caramulo. Ali já era um acontecimento, que não sendo normal, também não era invulgar, pelo que passava quase despercebido. Depois, e muito mais tarde, voltei a vê-la, onde no País é rainha - na Serra da Estrela, onde a fui mostrar pela primeira vez ao meu filho que com ela delirou, tal como eu, em 1945, com uma diferença, ele era mais novo do que eu.

Certamente que os moradores do MEU BAIRRO daquela altura e que por ventura leram este arrazoado, a sua MEMÓRIA trabalhou e quem sabe, lembram-se de mais coisas do que eu.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Outra Figura marcante

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 19 DE FEVEREIRO DE 1999)

Não será fácil identificar ao cidadão comum, do meu tempo, esta figura para mim marcante. E marcante para mim, porquê ? Existe efectivamente uma razão para isso, é que este homem era irmão de uma minha tia por afinidade e daí eu conhecer coisas que outras não conhecem. Ao vê-la chorar, eu, criança, ficava oprimido e perguntava-lhe a razão e era então que me fazia a explicação que apesar de não compreender bem, me deixava chocado.

Viveu muitos anos na Rua Almeida Garrett, no segundo quarteirão do lado direito de como quem entra, oriundo do “Largo das Amoreiras”. Nessa altura, era a única possibilidade de entrar no hoje velho bairro.

Vivia numa pequena casa que tinha na sua frente um quintal, tipo de construção muito típica no meu bairro nos seus primórdios e de que hoje restam poucos exemplares, presumindo que este seja um deles.

Aí criou os filhos como pode , como pode é uma maneira de dizer já que, trabalhando, vencia o suficiente para manter com a dignidade da época, a família que não era pequena. O que acontecia é que o regime de então o privava por vezes da sua liberdade, encarcerando-o, deixando assim a família em situação difícil.


Profissional competente, sempre o conheci como encarregado de um serviço, respeitado por patrões e colegas de trabalho seus subordinados que o consideravam um mestre competente e exigente.

Os filhos que lhe conheci, eram mais velhos do que eu.

Nunca o vi falar com ninguém, nem com o próprio cunhado que era meu tio. Limitava-se à saudação habitual de bons dias, tardes ou noites, conforme as circunstâncias.

Pessoa extremamente fechada, tinha boas entradas no cabelo, baixo e um pouco para o forte.

Com a minha saída do bairro, deixei de o ver e tive conhecimento que faleceu ainda relativamente novo, muito antes do 25 de Abril.

Alguns que o criticavam por não abdicar das suas ideias políticas, vieram a “defendê-las” após aquela data.

Nada o fez abdicar das suas convicções políticas, pelas quais se bateu até à morte.

O seu comunismo foi ao ponto de dar o nome de um dos símbolos do comunismo ao filho primogénito que no decorrer dos anos e até ao 25 de Abril devido a isso, viu-se sempre olhado com desconfiança.

Para ti Victor, o meu abraço de amizade.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Rosa Mendes

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 8 DE MARÇO DE 1996)



Pintor de arte nasceu na freguesia de Marvila da cidade de Santarém em 1906.

Eduardo da Clara Rosa Mendes, de seu nome completo, cedo revelou dotes artísticos e frequentou a antiga Escola de Regentes Agrícolas de Santarém.

Ingressando na vida militar em 1924, veio a abandonar essa actividade em 1957, dedicando-se à agricultura na sua Quinta de Joanicas, próximo do Cartaxo, onde se fixou, mas nunca abandonando a arte de pintar que praticava nos seus tempos livres.
Artista – lavrador lhe chamou Raul Rego.

Foi considerado academicamente o nosso derradeiro pintor impressionista.
Rosa Mendes “era exímio na representação das terras inundadas, nas cores das águas barrentas e nas atmosferas sombrias da Natureza afogada em chuva”.

As suas telas imortalizam os cantos e recantos que procurava encontrar no seu Ribatejo que amava, tendo-se assim difundido largamente no país e no estrangeiro, já que está representado em museus nacionais e estrangeiros (S. Paulo, Maputo e Goa são alguns) e em numerosas colecções particulares.

Raramente se deslocava a Lisboa, mas à sua residência discípulos e donos de galerias que iam adquirir os trabalhos do grande artista e que segundo dizem eram pagos a preços bastante inferiores àqueles por que vinham a ser vendidos.

Rosa Mendes obteve as mais honrosas distinções da Sociedade Nacional de Belas-Artes, como menções honrosas e medalhas de vários graus. Outras entidades lhe concederam galardões como aconteceu com a Casa do Ribatejo, em Lisboa.

Concorreu a várias exposições no País e no estrangeiro.

Faleceu na sua Quinta no dia 24 de Julho de 1983, ficando sepultado no cemitério de Almoster.
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Santarém no Tempo, Virgílio Arruda, 1971
Correio do Ribatejo de 29 de Julho de 1983
Correio do Ribatejo de 27 de Julho de 1984
Correio do Ribatejo de 1 de Março de 1985

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Caetano da Silva Beirão

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 23 DE FEVEREIRO DE 1996)

De seu nome completo, Caetano Maria Ferreira Caetano Beirão, defensor do absolutismo na pessoa de D. Miguel I que acompanhou na visita a Coruche em 1833, na qualidade de Comissário às ordens da Intendência da Polícia, tendo a missão de estudar o estado sanitário da povoação e os meios de combater a epidemia da cera que então grassava.
O médico Caetano Beirão foi eleito em 1842 para o parlamento nas listas da coalização anti-cabralista, pela Estremadura e juntamente com Cipriano de Sousa Canavarro, por Trás-os-Montes, representando os “miguelistas”.Vem a ser preso em 1844por ter sido acusado de estar a preparar o levantamento de guerrilhas realistas em Amarante e Fafe.
Nasceu em 1807 e faleceu em 1871.
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Boletim da Junta de Província do Ribatejo, 1937/40
Vida Ribatejana, nº especial e comemorativo dos centenários, 1940
História de Portugal, dir, José Matoso, Vol. V
Tradição e Revolução, José Adelino Maltez, Vol. I (1820-1910), 2004