quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Ernesto Vasconcelos

(PUBLICADO NO CORREIO DO RIBATEJO DE 4 DE JULHO DE 2008)



Ernesto Júlio de Carvalho Vasconcelos, de seu nome completo nasceu em Almeirim a 16 de Setembro de 1852 e faleceu em 15 de Novembro de 1930, sendo filho do médico-cirurgião António Germano Falcão de Carvalho e de D. Maria Amélia Lobo de Vasconcelos. Então o seu pai exercia clínica em Almeirim.

Tal como o seu avô materno que foi capitão-de-fragata, assentou praça na marinha. Aos vinte e três anos era guarda-marinha.

No exercício da sua actividade profissional, depressa conhece bem todas as nossas colónias.

Além do curso de oficial da marinha, tirou igualmente o de engenheiro hidrógrafo.

Realiza então vários levantamentos hidrográficos como os que serviram à elaboração da carta da barra de Lisboa e do rio Guadiana, entre outros.

Ernesto Vasconcelos, já como oficial da marinha, adere à Maçonaria entre 1 de Novembro e 31 de Dezembro de 1910.

Uma das primeira medidas do governo provisória da República, foi a de rescindir o contrato de 25 de Novembro de 1905, com a Empresa Nacional de navegação, para as ligações com os territórios portugueses das duas costas de África. Para estudar o assunto foi criada uma comissão presidida pelo capitão-de-mar e guerra, Ernesto Vasconcelos.

Denotando especial competência para estes assuntos, Bernardino Machado nomeou em 3 de Abril de 1911 para fazer parte de uma comissão para estudar os interesses de Macau, em vários aspectos e da qual faziam parte entre outros distintos colonialistas, o Comandante Ernesto de Vasconcelos, então presidente da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Em 1912 é criada uma Comissão para estudar a reorganização do Colégio das Missões Ultramarinas e mais uma vez é nomeado para a presidir.

Nesse mesmo ano formou-se em Lisboa uma Comissão designada Comité Permanente a Favor do desenvolvimento das Nossas Colónias, e foi presidida pelo General Joaquim José Machado e um dos dois secretários da mesma, era este oficial da Marinha.

Almirante, professor da Escola Naval e da Escola Colonial depois Instituto de Altos Estudos Ultramarinos que foi fundada pelo então Ministro da Marinha e Ultramar, Dr. Moreira Júnior, de quem era Chefe de Gabinete.

No tempo da Monarquia, foi vice-presidente da Câmara de Deputados e foi chefe de gabinete de vários ministros. Exerceu o lugar de Director – Geral no Ministério das Colónias e dirigiu a Revista Portuguesa Colonial e Marítima.

Era sócio de inúmeras agremiações, de índole cultural e científica, nacionais e estrangeiras.

Foi um reputado engenheiro hidrógrafo e eminente cartógrafo,
Alcançou reputação mundial pelos seus trabalhos geográficos e cartográficos a que muito se dedicou.

Secretário perpétuo da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde a sua alta competência mais ainda se evidenciou.

Fez parte de quase todos os trabalhos respeitantes a limites coloniais e tratados, tais como: o das fronteiras de Timor; a questão do Baroce, em Angola; novo Convénio com a África do Sul, modificando o de 1909, etc.

É vastíssima a sua bibliografia, iniciada em 1884 com Astronomia Fotográfica As Colónias Portuguesas. A sua bibliografia é extensa e valiosa; tem colaboração sobre temas portugueses; na Enciclopédia Britânica, na The International Geographyy, etc.

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Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Lello Universal, Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro, 1975, Porto

Grande Dicionário Enciclopédico Ediclube, Vol.XVIII

História de Portugal, J. Veríssimo Serrão, Vol. !!, 1989