segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Frei Nicolau de Almeida




Nasceu em Vila Franca de Xira no dia 25 de Dezembro de 1761, Manuel Nicolau de Almeida, filho de Francisco Caetano de Almeida e de sua mulher, Caetana Inácia da Conceição.

Foi aprender as primeiras letras e seguidamente a Gramática Latina, dando logo provas de grande capacidade de aprendizagem.

Destinado à vida eclesiástica, o que na altura era habitual, professa na religião dos Carmelitas Calçados. Continuando a demonstrar as suas aptidões, é mandado cursar Teologia na Universidade de Coimbra onde obteve o grau de Doutor (1790) e serviu por vários anos em Opositor.

É depois nomeado Lente substituto de História Universal e Eloquência no Colégio das Artes da mesma Universidade.

A quando das Invasões Francesas, retira-se da cidade de Coimbra, embarcando na Figueira da Foz com destino a Lisboa, passando à ilha da Madeira como Comissário dos Terceiros da sua Ordem. Aí lecciona Teologia, sendo considerado bom orador, pregando nas principais solenidades.

Recolhe-se entretanto ao Convento do Carmo, em Lisboa, onde é sagrado na sua igreja, Bispo de Angra, em 3 de Maio de 1819, o que é confirmado por bula de 29 de Maio de 1820.,ocupando a 26ª posição nesse lugar, governando o seu bispado de 1820 a 1825.

Considerado liberal convicto cedo se envolve na intensa actividade política que grassava naquela ilha estabelecendo e de contra-poder como capitão general dos Açores Francisco Garção Stockler.

Após ter sido jurada a Constituição de 1822 e sendo adido da Junta Governativa foi chamado a Lisboa, juntamente com Stockler, por ordem de D. João VI

Esteve preso em Camarate sem que se lhe conheçam as acusações que sobre ele impedem.

Esta situação tem a ver com algumas posições políticas dúbias que tomou, principalmente manifestadas nos escaldantes sermões que pronunciou.

Recuperou a liberdade em 1823. Nesta altura é eleito Bispo de Bragança, não chegando contudo a ser confirmado nesta Diocese pelo Papa Leão XII, em razão de dúvidas que a seu respeito se suscitaram, motivado pela publicação das cartas sobre indulgências, de que era autor.

Faleceu em 8 de Outubro de 1825 e ficou sepultado no Convento do Carmo, em Lisboa.


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Três Vilafranquenses ilustre (…), Júlio Pelouro,  in Vida Ribatejana, nº especial de 1951
História Eclesiástica de Portugal, P. Miguel de Oliveira, 1994
Wikipédia, a enciclopédia livre
Diccionario Chorographico de Portugal Continental e Insular,Américo Costa,  Vol II, 1930, p. 476.